segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

RJ: 23-12-2009 ~ 27-12-2009

Eu e a Dani no Centro Histórico de Paraty
Quase quatro semanas depois ainda me impressiono quando penso que fui na data certa para Paraty, pois alguns dias depois poderia ter vivido um apocalipse.
No dia 23 de dezembro acordei de madrugada e no caminho da rodoviária contemplei o sol banhar com uma luz tênue a periferia de São Paulo. Foi a primeira vez que viajei sozinha. E sobrevivi bem. Até mesmo durante aquela uma hora que o ônibus ficou parado na polícia rodoviária por causa de dois inconseqüentes que levavam drogas consigo. Um dos momentos mais belos durante o trajeto foi quando passamos pela primeira vez próximos do mar e subitamente todos despertaram e olharam em sua direção como se algo nos tivesse chamado pelo nome.
Quando enfim cheguei em Paraty e encontrei minha amiga Daniela, me senti dentro de um cenário. Parecia que a qualquer momento veria pessoas cruzarem as ruas usando roupas de algum século anterior. Parecia um sonho se não fosse a mistura do cheiro de fossa com a maresia. Impossível também não citar as ruas de pedras do centro histórico, era olhar para frente para quebras os dentes, e sem exagero, nos momentos que olhava reto via todos observarem atentamente o chão. Naquele lugar madame com salto só se asfaltar.


E parece outra época... - foto e efeito sépia por M.Chris.S
As casas em estilo colonial, os figurantes vestidos de pirata ou escravo, a roda de capoeira no meio da praça a noite me faziam imaginar o que os turistas pensavam daquele lugar (e eram muitos os gringos! Haviam mais deles do que nativos).
No dia seguinte tivemos um momento “Ilha de Caras” num passeio de escuna. Achei sublime ver que haviam borboletas voando sobre o mar. Além de um cantor nonsense que assassinava as músicas (em português e inglês – vimos os gringos tirando sarro), conhecemos dois cariocas simpaticíssimos no bote (pois é! quem não sabia nadar ia pr’a praia de bote) e também uma moça da Suíça a qual fomos encontrá-la a noite no "hostel" (cabe outra nota aqui: são muitos os "hostels", albergues e pousadas que existem em Paraty! Muitos mesmo...). Lá conhecemos outros turistas, entre eles o David de Nova Zelândia, o Kameran de Londres e o Neil da Irlanda. Um ótimo momento para pôr em prática o meu tímido inglês e o francês da Dani. Pr’a quem sempre passou a noite de natal no (des)aconchego familiar foi muito divertido! Nunca imaginei passar uma data relativamente importante com pessoas que havia acabado de conhecer. Tentamos ir na missa, apesar de ninguém ser católico praticante e ao encontrarmos a igreja fechada decidimos ir para um bar e apresentar ao gringos a "boazinha" (que já havia conhecido bem na noite passada). Fomos servidas por uma garçonete que antes de ver o nosso rosto conversou conosco em inglês, ao ver que haviam duas brasileiras naquela mesa ela deu um sorriso inexplicável de satisfação. Pouco tempo depois brincamos convidando-a a se sentar conosco para ajudar com o inglês. Nunca esquecerei de uma observação do Kameran. Ele disse que amou os cachorros do Brasil porque eles se deitam todos espaçosos e às vezes no meio da rua...


foto por M.Chris.S
O dia seguinte foi mais pacato, afinal, era 25 de dezembro. Passamos o dia na Praia do Meio, em Trindade. Em todos os momentos contemplava ao redor e dizia pr’a mim mesma "o mundo é tão grande e eu poderia ter nascido em qualquer outro lugar, mas eu nasci no Brasil! Obrigadaaa!". A noite fomos em busca da janta, e fizemos uma péssima escolha em optar por um bar que estava aberto a 24 horas. Além dos funcionários estarem surtados dizendo a todos que já ia fechar, fizeram nosso sanduíche sem partir ao meio, tiraram um facão sei lá de onde sujo com não sei o que para cortá-lo e a calabresa estava com o plástico! Depois disso tudo decidimos seguir com fome ao encontro de duas amigas que haviam chegado a pouco na cidade. Juntas fomos para a praça (antes ainda percebemos que o bar dos surtados ainda estava aberto) e encontramos um lugar para comer pizza. Por fim, novamente nos encontramos com o Neil e o David no maior por acaso.
A proposta para o dia 26 era conhecer alguma cachoeira, mas antes eu precisava encontrar um caixa eletrônico, e como foi difícil encontrar! Tanto quanto um banheiro devidamente limpo ou um orelhão que funcionasse descentemente. Quando encontrei o bendito caixa eletrônico até ouvi em minha mente um coral cantando "ooóóó...". Entramos no ônibus com destino a Corisco e chegamos na próximo da trilha que nos levaria a cachoeira. Primeiro visitamos o Poço da Laje. Foi a primeira vez que vi uma cachoeira na minha vida, ah e como escorrega... mesmo avisada levei um belo tombo! Quando escorreguei e coloquei as mãos no chão para aparar a queda obviamente elas também escorregaram, e pr’a não enfiar a cara na pedra tentei jogar meu ombro, mas ainda bati meu queixo no chão... detalhes a parte, adorei ver que a textura impressa no papel pedra copia bem uma pedra, gostei muito mais do Poço das Andorinhas, pois lá consegui entrar sem escorregar.


foto por Dani
De volta a cidade, fomos para a praça e no mesmo acaso que encontramos anteriormente os gringos, encontramos os dois cariocas simpaticíssimos, o João e o Lula. A cidade estava absurdamente cheia, muitas pessoas caminhavam pelas ruas, as pessoas esperavam por uma mesa, um eterno reggae ecoava pela praça e o Pedro (moço que já havia nos atendido no dia em que cheguei) estava entrando em pane com tanta gente para atender.
No último dia fazia muito calor logo pela manhã. Demos uma volta pelo centro histórico, compramos algumas lembranças e voltamos para arrumar as malas. No caminho de volta havia um trânsito inenarrável, foram duas horas a mais que quase me fizeram acreditar que passaria a noite toda dentro do ônibus. Apesar disso não tenho o que reclamar, pois no ano novo choveu que nem no filme Forrest Gump e inúmeros problemas ocorreram. Realmente ficamos lá no tempo certo.


Eu e a Dani durante o passeio de escuna - foto por M.Chris.S
Mas essa viagem parece ter terminado mesmo na semana passada, um pouco depois do mal jeito no meu braço e a dor no queixo passarem. Inclusive porque o Neil veio para São Paulo para concluir a viagem dele por alguns estados do Brasil e a Dani e eu apresentamos nossos amigos e alguns lugares, além de conhecer outros amigos que ele fez por aqui.


Ao lado o Pateo do Colegio - foto por Glauber
Enfim, em Paraty lembrava muito de uma música que foi quase uma trilha sonora em minha mente. Poderia resumir tudo que escrevi acima com apenas uma frase da mesma canção: Moro num país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza, mas que beleza!

Praia de Paraty - foto por M.Chris.S

Um comentário:

  1. Que lugar mais liindo!! *-*

    Meu, ia comentar mais um monte de coisa, mas perdi as palavras...

    Beijooooos!!

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