domingo, 29 de março de 2009

RJ: 20-03-2009 ~ 23-03-2009

Neste final de semana tive a oportunidade de ir novamente para a Cidade Maravilhosa. Chegado o final do expediente no dia 20 de março, sexta-feira às 16:30, minha amiga Daniela e eu saímos quase correndo vestindo ainda nossos uniformes do museu e carregando as malas para chegar a tempo no terminal rodoviário e embarcar no nosso ônibus com destino ao Rio de Janeiro.
Aproveitamos para descansar um pouco durante a viagem e quando estávamos quase nos aproximando das paredes pintadas pelo Profeta Gentileza, vimos algo curioso no céu: algo como se um fogo de artifício tivesse estourado próximo ao chão e suas faísca estivessem congeladas no ar, difícil de explicar, mas tenho a certeza de que estávamos bem despertas naquela hora.profeta gentilezaChegando na rodoviária pegamos um táxi. O motorista corria como alguém que tem plena certeza de onde se está indo, mas para a nossa surpresa, quando estava chegando perto da casa da Helô, ele nos pediu uma referência.
Assim que chegamos fomos ao barzinho simpático da última vez (aquele que servia repelente) para tomar uma cervejinha. Durante a conversa boa e divertida foram duas torres de chopp, ou seja, 5 litros – o equivalente a 13 garrafas e meia de cerveja... Para abrir os olhos no dia seguinte foi preciso os celulares despertarem inúmeras vezes.
No sábado optamos por um passeio mais cultural. Pegamos o metrô (que achei muito menos claustrofóbico e mais colorido que o de São Paulo) e fomos para o centro do Rio. Os prédios são lindos e cheios de ornamentos. Fiquei pasma por saber que existe um monte de ruas com os mesmos nomes em São Paulo (quanta ingenuidade, sempre imaginei que os nomes não se repetissem). Passamos pela Igreja da Candelária e fomos para o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) e tive a oportunidade de ver a exposição que perdi ano passado em São Paulo chamada Brasil Brasileiro. Maravilhosa exposição! Inclusive as músicas (pude ouvir até “Ana Naíra”, ou “Ananaira”, música que não consigo encontrar em lugar algum). Atravessamos o Saara que não era deserto e parecia muito com a rua 25 de Março em São Paulo, e depois fomos na Confeitaria Colombo onde pude provar o verdadeiro pastelzinho de Belém, um sabor delicioso com um leve toque de canela (só de pensar que antes me contentava com aquele feito no Habib’s, que tristeza!). Enquanto degustava o docinho, olhava para os espelhos daquele prédio do fim do século XIX e imaginava as pessoas refletidas trajando roupas da época.confeitaria colomboNo Museu Nacional de Belas Artes a Dani teve a sorte de receber um folder de um artista que estava em sua própria exposição enquanto eu contemplava pessoalmente o “Baile à Fantasia” de Rodolpho Chambelland, como e fantástico ver ao vivo um quadro que apenas vira antes em reproduções mal feitas.Rodolpho Chambelland - Baile à Fantasia
Baile à Fantasia,
1913Rodolpho Chambelland (RJ 1879 – RJ 1967)
Óleo sobre tela, 149 x 209 cm
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

Quando estávamos a caminho do MAM (Museu de Arte Moderna) para ver a exposição do Vik Muniz, caminhávamos pela calçada e a nossa frente havia um rapaz careca com óculos de armação preta. Passou, então, por nós um carro. Um homem se projetou para fora e gritou: Eeei! Logo veio a mente o que ouviríamos, quando então ele prosseguiu com um tom cantarolante “caréééquinhaaa”. Disfarçamos nossa surpresa e seguramos por alguns instantes a vontade de rir até que o rapaz se afastou resmungando baixinho para si mesmo. Acabamos não vendo a exposição, pois era o último final de semana em cartaz e havia uma fila imensa, mas de todo modo, valeu a cena cômica.
De volta para casa, forramos os estômagos e nos aprontamos para a festa de aniversário da Camila ouvindo “how beautiful could a been be”, com Caetano Veloso e seu filho. Ficamos por um tempo num barzinho em Copacabana e de lá fomos para a Lapa. Sobre a parte do aniversário da Camila, é melhor não dar muitos detalhes, as pessoas estavam muito “alegres” ao ponto de estorvarem “em par” em frente o balcão, ascender o cigarro ao contrário, soltar copos no chão ou se pendurar na porta do táxi. A única pessoa sóbria era a que estava do lado de fora conversando com um rapaz que admiravelmente não bebia.
Se no sábado foi difícil acordar, domingo despertamos apenas as 14:00. Ficamos de banho-maria até quase 16:00 horas assistindo se vira nos 30 (como esse programa é bizarro...), e então fomos para um outro aniversário.
Chegando lá, num barzinho chamado Espelunca Chic, estava rolando um futebol. Enquanto o jogo durou foi realmente angustiante. As pessoas olhavam fixamente para a TV, pedir licença não funcionava e até mesmo os garçons demoravam muito para nos atender. Mas, depois que terminou, foi aquele samba típico do Rio na maior animação.
Mais tarde em casa, o que foi a cena quando eu a e Helô fomos beber água e encontramos uma barata? As duas descalças esperando a barata resolver ir embora...
Na segunda já era o dia de partir. Antes, a Dani e eu passeamos pelo Leblon sentindo a maresia. Caminhamos na praia e tomamos um mate contemplando o mar. Até me arrisquei a levar um fora de um louro bonito que caminhava em direção ao mar, mas era só um blefe. Quando estávamos a caminho da rodoviária, um ônibus parou ao lado da nossa janela e o motorista perguntou como quem já conhece a tempos se nós estávamos indo viajar... Infelizmente estávamos terminando nossa viagem.
Os ônibus do Rio tem a catraca para o lado contrário e na TV passa uma programação curiosa, parece até vídeo-arte repleta de mensagens subliminares.
Durante esses dias o tempo estava nublado com o céu completamente branco. Para os cariocas o tempo os obrigava a se vestirem um pouco mais agasalhados, enquanto para duas paulistanas a temperatura estava muito agradável. Agora estou de volta, com dor de garganta causada pelo ar condicionado do ônibus da viagem e sentindo saudades da cidade boêmia pela qual me apaixonei, onde em cada esquina suspira um samba.
Cristo Redentor

Um comentário:

  1. Ahhhhhhhh
    que bonitinha, cris!!
    Acho que o rio tb se apaixonou por vc. =))

    beijosss

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