segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

MG: 27-12-2008 ~ 02-01-2009

Chris - Mara - Daniela - Adriana Dia 27 de dezembro de 2008. Após algumas horas viajando de Cometa (seria interessante se fosse como o pequeno príncipe, mas na verdade foi de ônibus), eu e minhas amigas, Daniela e Adriana, cruzávamos a serra da Mantiqueira no Sul de Minas Gerais. Eram quase vinte e três horas quando numa das curvas e subidas nos encontramos imersas na neblina que de súbito se dissipou e desnudou o mais belo céu com estrelas que sustentavam o azul escuro do horizonte. Assim descobri que São Paulo fica tão sem graça comparado àquele céu branco e reluzente pelas infinitas estrelas do céu.
Passamos então por Passa Quatro e enfim chegamos ao nosso destino: Itanhandu. A pousada onde nos hospedamos, pelo visual dos móveis, era dos anos 70. Deixamos nossas malas e fomos passear pela cidade. Imaginei que não encontraríamos nada, mas para a minha grande surpresa, ao virar a esquina, havia música e várias pessoas, meninos e meninas, senhores e senhoras. As moças estavam vestidas como para uma festa, todas com salto alto e muito estilo.

Igreja da Pça. - Foto por DanielaNo dia seguinte, fomos acordadas pelos mugidos de uma vaca em frente a janela do quarto. E ao sair para a cidade, as pessoas logo reconheciam que não éramos dali.
Aqui a Vaca! - Foto por Chris O sol nos animava, mas também nos irritava por termos levado muitos agasalhos. O Beto, um amigo nativo da cidade vizinha foi nos visitar a tarde (foi por causa dos dizeres dele que levamos muitas roupas de frio). Fomos na sorveteria Beijo Gelado (que mais parecia um bar devido o grande número de garrafas expostas), onde o moço que nos atendeu, chamado Alexandre, é hear style e tatuador. Era incrível como naquele dia todo em tudo o Beto e minhas amigas se descordavam. Enquanto eles discutiam sobre a música da Ivete (me chupa toda, eu disse toda, com muita ênfase nas palavras da Dani), o mais divertido era observar os cachorros que corriam atrás dos carros e o convênio que um local possuía com os outros: duas vezes que pedimos alguma coisa para comer, alguém saia e buscava em outro lugar o que havíamos pedido.
Na segunda-feira, ainda cedo, passou uma carro auto-falante anunciando um velório, passou-me pela mente que seria uma boa opção morrer numa cidade pequena, assim teria certeza de que todos saberiam da minha morte e que ao menos alguém iria no meu funeral. Mais tarde nossa amiga Mara chegou. Almoçamos num lugar que apelidamos de “bem servido”, pois uma porção no almoço alimentava quatro pessoas e ainda sobrava. O garçom do local reconheceu que éramos recém chegadas na cidade, assim o mesmo ocorreu a noite quando o dono da pizzaria onde jantamos, o Juliano, também proseou conosco.
No dia trinta, decidimos ficar na pousada para curtir a piscina. Alugávamos o tempo todo a atenção da Thaís, uma moça simpática que nos atendia, filha do dono da pousada. E foi neste mesmo dia que a Mara conseguiu se queimar sem igual por não ter passado protetor solar.
Na véspera do ano novo, fomos conhecer a cidade do Beto: Pouso Alto, cidade muito menor que Itanhandu.
Pouso Alto - Foto por Chris
Depois seguimos para São Lourenço, cidade “grande” comparada com as anteriores. Lá almoçamos num restaurante de comida típica mineira, conhecemos o parque das águas e compramos doces e queijos. De volta para Itanhandu, nos preparamos para o reveillon. Um chuvisco chato precipitava sobre a cidade. Ou usávamos nossos guarda-chuvas, ou como a Mara sugeriu, enfiávamos em nossas cabeças uma sacola plástica com dois furos para os olhos – decidimos ficar com a primeira opção. Ficamos um bom tempo com os guarda-chuvas abertos sobre nossas cabeças em frente o Beijo Gelado. Na praça a banda tocava uma marchinha eterna, enquanto no CRI (onde acontecem as baladas de Itanhandu) não havia meia dúzia de pessoas. As meninas decidiram então ir para a pizzaria do Juliano e lá conhecemos um homem que lembrava muito o Nando Reis e falava “uai” e “sô”. Enquanto isso, fui procurar um orelhão e tentar ligar para Rio Grande do Sul. O primeiro orelhão tinha um problema com a tecla 1, e o segundo dobrando o quarteirão, não funcionava a tecla 3. Quando perguntei para o moço onde poderia procurar outro orelhão, deparei-me num estabelecimento muito fúnebre onde tinha uma bíblia aberta, algumas poucas pessoas de preto e um caixão.
Beijo Gelado - Foto por Chris Após tantas emoções do dia anterior compramos um abacaxi na hora do almoço, lá no “bem servido”, para fazer um “mix” com Vodka e jogar “eu já/ eu nunca” até sair coisas do tipo “eu nunca comi Jaca” e irmos então para a festa na pracinha e encerrar nossa viagem ouvindo Love Generation, Ivete, Raul Seixas, Mamonas Assassinas e Teatro Mágico. E fico ainda imaginando se as bandas de Itanhandu usam pilhas duracel para tocar durante tanto tempo sem intervalos.

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